quarta-feira, 18 de novembro de 2009


O que é um Idoso?

Idoso é uma pessoa considerada de 3ª idade. A Organização Mundial da Saúde classifica cronologicamente como idosos as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento.
As pessoas idosas têm habilidades regenerativas ilimitadas, mudanças físicas e emocionais que expõe a perigo a qualidade de vida dos idosos. Podendo levar à Síndrome da Fragilidade, conjunto de manifestações físicas e psicológicas de um idoso onde poderá desenvolver muitas doenças.


Os idosos no Brasil

Os idosos são hoje 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000. O instituto considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento. Em uma década, o número de idosos no Brasil cresceu 17%, em 1991, ele correspondia a 7,3% da população.
O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade. Prova disso é a participação dos idosos com 75 anos ou mais no total da população - em 1991, eles eram 2,4 milhões (1,6%) e, em 2000, 3,6 milhões (2,1%).
A população brasileira vive, hoje, em média, de 68,6 anos, 2,5 anos a mais do que no início da década de 90. Estima-se que em 2020 a população com mais de 60 anos no País deva chegar a 30 milhões de pessoas (13% do total), e a esperança de vida, a 70,3 anos.
O quadro é um retrato do que acontece com os países como o Brasil, que está envelhecendo ainda na fase do desenvolvimento. Já os países desenvolvidos tiveram um período maior, cerca de cem anos, para se adaptar. A geriatra Andrea Prates, do Centro Internacional para o Envelhecimento Saudável, prevê que, nas próximas décadas, três quartos da população idosa do mundo esteja nos países em desenvolvimento.
A importância dos idosos para o País não se resume à sua crescente participação no total da população. Boa parte dos idosos hoje são chefes de família e nessas famílias a renda média é superior àquelas chefiadas por adultos não-idosos. Segundo o Censo 2000, 62,4% dos idosos e 37,6% das idosas são chefes de família, somando 8,9 milhões de pessoas. Além disso, 54,5% dos idosos chefes de família vivem com os seus filhos e os sustentam.




Atividade física
NUNCA É TARDE PARA COMEÇAR

A atividade física é um ponto importante na qualidade de vida do idoso. No entanto, o tipo de exercício a ser realizado depende do organismo e da vontade de cada um. Segundo Silene Sumire Okuma, coordenadora do grupo de pesquisa em educação física para idosos da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo, não há nenhuma fórmula predeterminada do que deve ser feito na terceira idade. Por essa razão, dois fatores são preponderantes na escolha da atividade física. Primeiramente, o idoso precisa olhar para si e ver qual a sua capacidade funcional nas atividades do dia-a-dia, como subir as escadas de um ônibus, carregar panelas de pressão, arrumar camas, abaixar-se para ver o forno, por exemplo. A atividade física irá melhorar sua capacidade de desempenhar essas e outras tarefas cotidianas.

Avaliação de saúde

O outro fator fundamental é a avaliação da saúde do idoso. Estudos mostram que pelo menos 70% dos idosos têm um problema de saúde e a atividade física pode ser uma grande aliada do tratamento. A prática da atividade física pode controlar a manifestação e os sintomas de várias doenças, como a hipertensão, por exemplo, e reduzir o consumo de remédios. Para isso, é preciso trabalhar com três sistemas do corpo humano: o cardiovascular, o nervoso e o músculo-esquelético.

O que fazer

Após a realização desse dois passos iniciais, a avaliação de sua capacidade funcional e de sua saúde, o idoso deve escolher a atividade de que mais gosta. É importantíssimo que ele tenha prazer. Ao fazer algo que não gosta, o idoso pára após dois meses do início dos exercícios, por isso vale experimentar várias atividades físicas até encontrar a que melhor se adapta ao seu perfil. Entre as atividades que trabalham o sistema cardiovascular estão andar de bicicleta, caminhar e fazer natação. Privilegiam o sistema músculo-esquelético a musculação e a ginástica, por exemplo, e atividades como yoga e tai chi chuan, com seus movimentos mais suaves, dão mais atenção ao sistema nervoso.

Quem já fazia

De acordo com Sumire Okuma, quem sempre fez atividades físicas pode mantê-las, quando chegar à terceira idade. Além disso, o idoso jovem (60-65 anos) não tem restrições a exercícios. Contudo, é importante frisar que quem nunca praticou exercícios pode começar com qualquer idade, desde que observados os fatores de saúde e a capacidade funcional do corpo.

Após tomar a decisão, o idoso deve fazer uma avaliação clínica para saber qual a atividade ideal a ser adotada. Os que não gostam de ficar sozinhos podem formar grupos de amigos ou procurar instituições que tenham cursos voltados para a terceira idade.

Caminhadas

A maioria dos idosos, hoje, prefere fazer caminhadas por dois motivos: não é preciso ter habilidades específicas e é uma atividade que não tem custo. É bom lembrar, alerta Sumire Okuma, que a caminhada não supre todas as necessidades do corpo, pois trabalha apenas o sistema cardiovascular e o músculo-esquelético. Esse último fica restrito aos pés e às pernas. Já a hidroginástica pode ser adotada pelos que gostam de água, independentemente de saberem nadar, pois este conhecimento não é pré-requisito.

Freqüência

O ideal é fazer atividades físicas duas vezes por semana, pelo menos, por uma hora, mas não existe receita. O idoso pode dedicar-se apenas uma vez por semana e isso será melhor do que levar uma vida sedentária. Além disso, as limitações devem ser apenas físicas. Se, por exemplo, a pessoa tiver 92 anos e quiser fazer dança do ventre, não haverá problema. O idoso deve saber diferenciar o que é limitação física das sociais, adverte Sumire Okuma.

Benefícios da atividade física

Melhora da velocidade ao andar e do equilíbrio;
Melhora da auto-eficácia;
Contribuição para a manutenção e/ou o aumento da densidade óssea;
Auxílio no controle do diabetes, da artrite, das doenças cardíacas e dos problemas com colesterol alto e hipertensão;
Melhora da ingestão alimentar;
Diminuição da depressão;
Redução da ocorrência de acidentes, pois os reflexos e a velocidade ao andar ficam melhores;
Manutenção do peso corporal e melhora da mobilidade do idoso.

Prepare-se para a atividade

Evite fazer exercícios físicos sob o sol forte;
Tome água moderadamente antes, durante e depois da atividade física;
Use roupas leves, claras e ventiladas;
Não faça exercícios em jejum, mas evite comer demais antes da atividade física;
Use sapatos confortáveis e macios.




MUSCULAÇÃO : UMA NECESSIDADE À “TERCEIRA IDADE”

Nos últimos anos, a busca pela atividade física passou a ser uma necessidade para as pessoas de uma maneira geral. Sedentários, obesos, não obesos, idosos ou simplesmente aqueles que fazem exercícios físicos só aos fins de semana, buscam cada vez mais uma vida saudável e produtiva no que diz respeito a atividade física.
Isto se deve ao fato de que o exercício físico torna-se a fórmula necessária para se solucionar os problemas diários, como por exemplo, o estresse, a falta de disposição e a prevenção de muitas doenças. Em relação aos indivíduos da “terceira idade”, a procura por uma modalidade ou atividade esportiva tem aumentado muito durante os últimos anos.
Fazer musculação ainda é uma prática que nos dá uma idéia de corpos musculosos e vigorosos, embora já existam mudança nesta visão. A prática de musculação ou da atividade localizada com sobrecarga vem crescendo entre as pessoas acima de 60 anos, inclusive sendo recomendada por profissionais da área da saúde. Estamos certos de que hoje a doença do novo milênio é a osteoporose, segundo a Fundação Nacional de Osteoporose (National Ostoporosis Foundation- 1998), e a atividade física, principalmente a musculação, é a melhor forma de se prevenir e, em alguns casos, até de reverter quadros desta doença.
A grande eficiência em estimular a massa muscular e óssea apresentada pelos exercícios localizados com carga, chamados genericamente de exercícios resistidos e geralmente realizados com pesos, chamou a atenção de pesquisadores para a possibilidade de sua utilização em promoção de saúde, particularmente no caso de idosos, em que a Osteopenia e a Sarcopenia são importantes. Esta idéia foi estimulada pela constatação de que a mobilidade articular geralmente limitada do idoso também melhorava rapidamente.

-Osteopenia: é a perda de mineral ósseo geralmente resultante do processo de envelhecimento que afeta tanto homens como mulheres
-Sarcopenia: redução de massa muscular associada com a idade.

Houve no início uma resistência natural a esta proposta, pois os exercícios com peso eram anaeróbios, de alta intensidade, fazendo que com isso a pressão arterial pudesse aumentar excessivamente nesses exercícios. No entanto, estudos realizados por Santarém (1998), documentaram não apenas a eficiência, mas também a segurança dos exercícios com pesos bem orientados para idosos, pessoas debilitadas ou doentes. Pode-se averiguar que os inconvenientes dos exercícios de alta intensidade somente são válidos se forem contínuos, o que não é o caso da musculação.
Não há dúvidas de que o trabalho de musculação evidenciou benefícios positivos na densidade óssea, fazendo com que o risco da Osteoporose se reduzam consideravelmente, e também benefícios no que diz respeito a melhoria ou eliminação de doenças cardiovasculares.
A atividade física bem orientada aos idosos, tem um destaque importantíssimo e especial à execução de tarefas básicas do cotidiano, porque faz com que ocorra um fortalecimento geral da musculatura, articulações e tendões, proporcionando assim um aumento dos níveis de disposição, diminuindo o risco de quedas durante uma simples caminhada e preservando no idoso uma vida mais independente e cheia de conquistas.
Portanto, a musculação é na verdade um dos, senão o melhor, exercício físico a ser estimulados aos idosos, pois traz benefícios imediatos se comparados com outras atividades físicas, fortalecendo não só as estruturas músculo-articulares, mas também o aspecto mental e psicológico do idoso.

Viva bem a terceira idade
A receita básica para uma existência melhor contém ingredientes como alimentação saudável, exercícios físicos, manutenção de bons hábitos e ajuda da medicina preventiva. Veja como conseguir isso através desse prático manual para se viver mais e melhor. POR EULINA DUARTE

O IMPACTO DOS EXERCÍCIOS

Em entrevista, o especialista Ricardo Cassilhas, graduado em educação física e pesquisador do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (Cepe) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica por que é importante movimentar o corpo na terceira idade

Um idoso que nunca praticou atividade física pode começar a fazer exercícios? Quais os cuidados deve tomar?

Vários estudos mostram que, quanto mais se pratica atividade física durante a vida, menores serão as chances de se desenvolver doenças crônico-degenerativas. Por outro lado, quem começa a se exercitar na terceira idade também pode obter melhoras em diversos aspectos. O cuidado que se deve ter antes de iniciar qualquer modalidade, no entanto, é consultar um médico para uma avaliação clínica completa. Depois, deve-se procurar orientação de profissionais de educação física, nunca esquecendo de respeitar os próprios limites. Outra recomendação é escolher o exercício que mais agrada. É importante que o praticante também sinta prazer.

Quais os benefícios comprovados da prática de exercícios físicos regular na terceira idade?
As atividades físicas influenciam positivamente em três aspectos da vida: o social, por aumentar a interação entre os indivíduos da mesma idade e inserilos novamente na sociedade; o psicológico e/ou neurológico, uma vez que os exercícios melhoram o humor, diminuem a ansiedade, previnem a depressão, e estimulam a memória e aprendizagem; e o aspecto físico - que promove aumento da capacidade cardiopulmonar e da flexibilidade, crescimento da massa muscular, da força e da densidade mineral óssea e ainda diminui o percentual de gordura e controla o colesterol e a glicemia (taxa de açúcar no sangue), entre outros benefícios.

Quais as pesquisas já realizadas no Cepe sobre a atividade física na terceira idade?
No Cepe temos uma linha de pesquisa que trabalha o impacto dos exercícios físicos nas funções cognitivas (memória e aprendizado) de idosos. Essa linha teve início em 2002 com os estudos da pesquisadora Hanna Karen Moreira, que verificou a influência da atividade aeróbia na cognição. Constatou-se que, após o período de 24 semanas de treinamento, os idosos que se exercitaram melhoraram a capacidade cardiopulmonar, a memória, a aprendizagem, a atenção, o raciocínio, o perfil de humor e a qualidade de vida. No ano passado, desenvolvi um estudo para verificar o impacto do exercício resistido (musculação) nas funções cognitivas desse grupo. Encontramos melhora de força e massa muscular, além de aumento na memória, aprendizagem, raciocínio, atenção, humor e qualidade de vida.

Quais as modalidades mais recomendadas para os idosos?
Em princípio, não existe restrição para homens e mulheres da terceira idade. A avaliação médica prévia é que irá estabelecer os limites ou não para determinada atividade. A partir disso, deve-se realizar uma avaliação física para mensurar características como força, flexibilidade e capacidade cardiopulmonar. Genericamente, recomenda-se para o idoso exercícios do tipo aeróbio, de musculação e de flexibilidade, pois essas capacidades sofrem significativo declínio com o avançar da idade. A freqüência pode variar de uma a três vezes por semana, com média de duração para cada sessão de 20 a 60 minutos.